15 de junho de 2018

Projecao Astral

Vamos conhecer mais sobre o tema?

Vejam, obviamente estarei apenas demonstrando diversos pontos de vista e algumas poucas abordagens sobre eles. De forma alguma pretendo que este artigo seja definitivo sobre nada e nem tão pouco busco reiterar as posições que afirmam ser possível se projetar astralmente e ou que não seja possível. O objetivo aqui é trazer à tona algumas informações, experiências e conhecimentos sobre o tema e portanto informar o leitor sobre o mesmo.


O que é Projeção Astral?

É o termo usado para descrever uma experiência em que o indivíduo se nota fora de seu corpo físico, podendo perceber o ambiente à sua volta e até interagir com pessoas também projetadas. Esse tipo de experiência, também conhecido como projeção consciente ou viagem astral, é estudado pela projeciologia, especialidade da conscienciologia que busca entender as projeções da consciência e suas manifestações fora do corpo biológico e suas ações em dimensões não físicas. 
Antropólogos registram que a projeção astral é relatada por quase todos os povos e por indivíduos de todos os sexos, idades, etnias e religiões. No entanto, a ciência ainda não admite evidências concretas da existência do corpo espiritual ou desse tipo de experiência. Embora novas metodologias e pesquisas tenham demonstrado que a plausibilidade seja bem grande.
Consegui através de consultoria, estabelecer aqui algumas técnicas utilizadas para se conseguir a projeção astral, antes de escrever sobre as técnicas, é interessante explanar também sobre os quatro estados da consciência, que são: Soma – Energossoma – Psicossoma – Mentalsoma; Agora vamos às técnicas.

Técnica da Auto Imagem Projetiva:

O indivíduo deve sentar-se confortavelmente em uma poltrona diante de um espelho e observar seu reflexo com atenção, reparando pequenos detalhes e feições até ficar com sono. A proposta é que o psicossoma se acostume com a visão do soma e tente ir ao encontro de sua imagem no espelho durante o sono, dando início a uma projeção consciente.

Técnica da Concentração Mental:

A maior parte das técnicas de projeção envolve grande concentração e vontade por parte do indivíduo. Nessa técnica, a pessoa deve focar sua atenção, de olhos sempre abertos, em um objeto simples, como uma vela ou vaso de flores. O exercício é tentar aproximar-se dele sem sair do lugar ou se mover, forçando a projeção da consciência até que o psicossoma se desencaixe do soma, naturalmente.

Técnica da Projeção Consciente Fragmentada:

O psicossoma também pode se desprender de forma progressiva, como nessa técnica. Ela exige calma e não pode ser “apressada” pelo indivíduo. Ele deve fechar os seus olhos e concentrar-se em membros individuais de seu corpo, como braços e pernas, tentando manifestar gradualmente as partes do corpo emocional. O resultado é a sensação de ter uma segunda mão ou segundo braço, por exemplo.

Técnica da Abertura da Porta:

A pessoa se senta confortavelmente em uma cadeira ou poltrona em um quarto fechado. Na parede, imagina uma porta fechada com uma inscrição ou símbolo. Meditando sobre a inscrição, o indivíduo deve visualizar uma abertura na porta e imaginar-se passando através dela, repetindo com mais intensidade a cada tentativa. Com o tempo, a pessoa passa a sentir mais leveza e liberdade para projetar seu psicossoma.
Segundo a projeciologia, a consciência plena (ou holossoma) é formada por um conjunto de elementos: soma, o corpo biológico; energossoma, o corpo energético; psicossoma, o corpo emocional e mentalsoma, o corpo mental. Em uma sessão de projeção astral, o psicossoma separa-se do soma e forma uma conexão energética entre os dois, que liga seu corpo físico ao corpo espiritual.
Além das sessões de projeção, o psicossoma pode se desprender do corpo físico naturalmente durante o sono, um transe, um estado de como ou até pela influência de anestésicos.
Apesar de semelhantes, sonhos lúcidos são diferentes da projeção astral. No primeiro, o indivíduo é consciente no próprio subconsciente durante o sonho, mas na projeção a experiência é externa ao corpo, em outro plano de existência. Durante as tentativas de projeção, há pessoas que vivenciam paralisia do sono, status em que o corpo adormece, mas a mente, ainda no corpo, permanece consciente. Quem pratica a atividade diz que a paralisia é meio caminho andado para a projeção, então incentivar um movimento do corpo espiritual nesse momento, seria mais fácil.

Consultoria: Rodrigo Fedrizzi de Melo, voluntário na Cognópolis SC – Pré Instituição Conscienciocêntrica e no IIPC – (Instituto Internacional de Projeciologia e Conciensciologia).

Projeção Astral na Antiguidade.

Diariamente, todos os seres humanos são visitados por um personagem ilustre, Hipnos*, que inexoravelmente colhe a todos em sua malha de inconsciência temporária chamada sono.

Diariamente, também, alguns seres humanos são visitados por outro personagem ilustre, Thanatos, que colhe alguns escolhidos em sua malha de inconsciência permanente chamada morte.

Hipnos é considerado amigo e recebido com satisfação. Todas as noites, bilhões de pessoas se deitam e esperam receber o seu abraço confortador até o dia seguinte.

Thanatos é considerado inimigo, e ninguém gosta de recebê-lo. Bilhões de pessoas ficam assustadas à simples menção de seu nome.

Hipnos é querido! Thanatos é temido! No entanto, os antigos gregos consideravam Hipnos, o sono, e Thanatos, a morte, como irmãos. Alegavam eles, que o sono e a morte não tinham muitas diferenças entre si. 

De fato, o que é o sono senão uma mini-morte? O corpo físico adormecido é um "cadáver que respira". Tanto no sono como na morte, há ausência de lucidez no corpo humano.

Por essa semelhança de estados, sono e morte, é que os antigos gregos diziam que Hipnos era o irmão menor de Thanatos. E também porque eles acreditavam que, durante o sono, a alma se afastava do corpo e viajava para o mundo dos espíritos. 

Na verdade, essa é a maior semelhança, pois tanto no sono como na morte, a consciência está fora do corpo.

A crença de que a alma podia abandonar o corpo e a ele retornar posteriormente não está só na antiga Grécia, está espalhada por toda a história.

A projeção é mencionada em diversos textos antigos da Grécia, China, Pérsia, Índia, Israel, Tibet e Egito. 

Essas evidências de projeções na Antiguidade são difíceis de comprovar, já que as informações existentes são de escritores cuja fonte não podemos investigar. 

Entretanto, muitas dessas informações dos antigos são confirmadas e repetidas pelos modernos fenômenos de projeção.


(Texto extraído da apostila do Curso de Projeção da Consciência – 2ª fase.) – Por: Wagner Borges 

* Hipnos (do grego): Deus do sono, filho de Érebo e da Noite e irmão de Thanatos, o deus da Morte.


Muitos filósofos gregos incentivam a prática de projeção astral a fim de investigarem o universo, tais como Platão, Heródoto, que fizeram referência a Experiência Fora do Corpo em seus estudos.

Durante séculos, os antigos gregos buscaram a senda da iluminação íntima através das cerimônias do templo de Elêusis, onde se sentiam renascer espiritualmente depois de participarem de rituais – tido como sagrados – por dias e dias seguidos. Nestes rituais era praticado o desdobramento astral, muitas dessas técnicas ainda permanecem na Índia e no Tibet.

No antigo Egito os sacerdotes prestava culto aos mortos através do corpo sutil denominado de Kha. O Kha era o veículo da alma humana, as antigas pinturas egípcias e muitos escritos narram que o Kha visitava de vez em quando o corpo mumificado.

Durante a Idade Média, como resultado da repressão e do medo imposto pelas ideologias religiosas da época, a Experiência Fora do Corpo era estudada e praticada dentro do círculo das sociedades e escolas secretas.

Antigos povos criaram vários processos iniciáticos para selecionar os interessados a aprender as artes espirituais, em especial, à projeção astral.

Existem alguns relatos de projeção ocorridos no início da era cristã, como o de Arisdeu de Soles, da Silícia, Ásia Menor. No ano de 79, ele sofreu uma queda violenta e foi dado por morto. Porém, três dias depois do acidente, quando estava para ser enterrado, Arisdeu recobrou os sentidos e contou aos amigos as experiências pelas quais havia passado naquele período. A história foi registrada por Plutarco de Queronéia (50-120).

Arisdeu relata que após a queda sua alma pensante saiu de seu corpo e a sensação nesse instante foi semelhante a de um mergulhador projetado para fora de seu barco. Entretanto, ao emergir, ele conseguiu respirar livremente e enxergar em todas as direções de uma só vez. Então viu pessoas que conhecera, mas que já haviam morrido. Uma delas, aproximando-se dele, explicou-lhe que ele chegara até ali com a parte pensante da sua alma, tendo deixado o restante no seu corpo, como uma âncora. Depois de outras experiências, ele foi “aspirado por um sopro violento e irresistível” e retornou ao seu corpo na hora em que ia ser enterrado.

Na China, o thankhi abandonava o corpo durante o sonho e podia ser visto por outras pessoas. Os antigos chineses praticavam a meditação para liberar o segundo corpo, que se formava no plexo solar, pela ação do espírito. A sua saída pela cabeça aparece representada em desenhos antigos.

 No século XVIII, o cientista sueco Emmanuel Swedenborg, (1688- 1772) – filósofo sueco fez as primeiras tentativas de sistematização do estudo da Experiência Fora do Corpo.  Segundo o registro de suas experiências nos Diarii Spiritualis – e do escritor francês Honore de Balzac (1799-1850) – que falou da projeção do espírito na sua novela autobiográfica, Louis Lambert.

Apesar de termos registros de vários povos ainda é difícil precisar a quantidade de povos e a maneira como cada um deles tratava a projeção astral, pois vários desses registros foram perdidos com o tempo.

CEC – Centro de Estudos da Consciência
Por: Adriana Pessato

O que diz a ciência?

Algumas pessoas dizem que passaram por “projeções de consciência”, flutuando acima de seu próprio corpo e vendo-se do lado de fora. Uma equipe de cientistas encontrou uma mulher que diz fazer isso quando quer, e a colocaram em um scanner cerebral. O que eles descobriram foi surpreendentemente estranho.
Andra M. Smith e Claude Messierwere, da Universidade de Ottawa (Canadá), descrevem o estudo em um artigo publicado na Frontiers of Human Neuroscience:

Ela conseguiu se ver girando no ar acima de seu corpo, deitada e flutuando no plano horizontal. Ela relatou, por vezes, observar lá de cima que seu corpo estava se movendo, mas manteve-se consciente de que seu corpo “real” estava imóvel. A participante não relatou emoções específicas ligadas à experiência.

A experiência é real…

Como isso é possível? Será real? Os pesquisadores descobriram que algo dramático estava acontecendo no cérebro da mulher – e tudo se encaixa com o relato dela. O fMRI (scanner cerebral) mostrou uma “forte desativação do córtex visual”, enquanto “o lado esquerdo de diversas áreas associadas a imagens cinestésicas” estava bastante ativo.

Cinestesia* é a percepção de movimento, peso e posição do corpo, provocada por estímulos do próprio organismo. Portanto, essas áreas do cérebro possibilitam a você interagir com o mundo: é o que faz você sentir onde está seu corpo em relação ao mundo.

Ou seja, a “experiência fora do corpo” é real, no sentido de que a pessoa está realmente vivenciando tudo. O escaneamento do cérebro mostra que ela está passando pelo que está dizendo, e realmente sente que está fora do próprio corpo.
… mas a projeção da consciência, não.

Mas isso não significa que sua “alma” sai do corpo. Não é uma viagem astral, como descrito pelos místicos. Não há atividade paranormal de qualquer tipo.

O fato é que, mesmo havendo apenas poucos experimentos sobre o assunto – incluindo esta pesquisa e algumas outras – os cientistas acreditam que essas experiências fora do corpo são um tipo de alucinação, desencadeada por algum mecanismo neurológico.

Smith e Messierwere especulam que tal mecanismo neurológico pode estar presente também em outras pessoas, e algumas delas – como esta mulher – podem se treinar para ativá-lo. Ela disse que começou a fazer isso quando era criança, enquanto tirava cochilos.

Talvez experiências fora do corpo possam ser como a sinestesia, um fenômeno neurológico amplamente ignorado durante boa parte do séc. XX. Ela faz com que algumas pessoas vejam cores quando leem ou ouvem letras, números e palavras; é algo automático, não induzido. Agora a sinestesia é aceita, estudada e compreendida.

Os pesquisadores sabem que experiências fora do corpo podem ser induzidas “por traumas cerebrais, privação sensorial, experiências de quase-morte, drogas psicodélicas e dissociativas, desidratação, sono e estimulação elétrica do cérebro”, entre outros. Em algumas pessoas, isto também pode ser induzido deliberadamente.


No entanto, esta é a primeira vez que este tipo de experiência foi analisada e documentada cientificamente. Na verdade, pode ser o primeiro caso documentado de alguém que pode entrar neste estado quando quer. [Popular Science]

*Não confundir com “sinestesia”, explicada no texto.

Imagem: regiões do cérebro ativadas significativamente enquanto a participante tinha experiências extracorpóreas. As regiões ativadas mais significativamente ficam no lado esquerdo e incluem a área motriz suplementar (F), o cerebelo (B,D,E), o giro supramarginal (D,F), o giro temporal inferior (B,D,F) e os giros orbitofrontais médio e superior (A,C,D,E).

Minhas experiências e conclusões.

Experiências com indígenas:

Há muito tempo atrás, tive muitas experiências anômalas e pude de fato presenciar também muitos fenômenos estranhos, quando da minha convivência com indígenas. 

Tive a oportunidade de conviver com duas tribos distintas, ambas situadas no litoral de São Paulo. Em uma delas, ainda muito mais selvagem, ou ao menos, com menores teores de urbanização e contato com as pessoas viventes em sociedades modernas e tecnológicas, tive diversas oportunidades de conversar com anciãos, com curandeiros espirituais, o que talvez muitos conheçam como pajés.
Presenciei alguns ritos de passagem, alguns rituais místicos, com motivações que variavam desde buscar a aprovação dos deuses da natureza para suas plantações, já que mantinham cultivos permanentes, até rituais de cura e elevação espiritual, contato com entidades que segundo eles, eram as “forças” que regiam os acontecimentos em nosso planeta. Também haviam alguns rituais que antecediam a caça, a pesca, rituais posteriores à essas ações, que eram para agradecer o que haviam conseguido.

Nessa tribo mais afastada, haviam dois indivíduos que falavam um pouco do português, ao menos eram capazes de me compreender razoavelmente e passar aos outros o que eu dizia. Pois bem, em uma das entrevistas que consegui, com um curandeiro espiritual, que entre outras coisas me disse abertamente que eu era filho da terra e das estrelas...me interessei profundamente por uma técnica que ele dizia ter sido iniciado e com o tempo desenvolvido.

Ele dizia, que podia sair de seu corpo, que podia inclusive ver o próprio, à medida que se distanciava dele. Dizia que assim, podia viajar longas distâncias, inclusive de ser capaz de ver o próprio planeta Terra, estando fora dele...era a maneira que ele se utilizava, para se encontrar com outras consciências, em locais muito distantes e também dizia que as vezes, podia se encontrar com entidades elevadas não humanas e até mesmo projetar seu espírito, no interior de animais...na época isso me intrigou demais e me fez cheio de dúvidas! Como já dito, era um ancião, um homem idoso e cheio de histórias e experiências, só respondia minhas perguntas, mediante a interpretação de um desses homens da tribo, que compreendia um pouco de português. Então a comunicação era lenta e nem sempre exata, mas creio ter sido capaz de compreender ao menos as histórias, que em si, continham para mim, muitos princípios e conceitos desconhecidos.

Eu nunca pude participar dos rituais e ou ritos em si, apenas alguns mais brandos, como os direcionados às crianças, disseram-me que para isso, eu deveria ser iniciado, que deveria de fato fazer parte da tribo... mas o ritual era severamente doloroso e incluía alguns venenos de insetos... do qual sou bem susceptível alergicamente, então...

Ou eu era convidado a me retirar e deveria ficar há alguns quilômetros de distância, em um local designado por eles e retornar apenas quando alguém fosse me buscar, ou deveria ficar sentado, distante e apenas observar, nunca interagir... mas ainda assim isso era raro, o usual era que eu fosse convidado a me retirar mesmo.

Em uma das ocasiões em que pude observar um ritual de cura e, vou relatar apenas rasamente o que vi, os homens da tribo se pintavam de maneira completamente diferente da usual, também usavam adornos vários, alguns deles, eram chocalhos que se prendiam em seus pulsos e tornozelos, que não estavam presentes no dia a dia e estes primeiros ascendiam três fogueiras. No centro delas, era colocado em uma espécie de cama de palha, o ferido para ser curado. Nesse caso, um jovem como eu na época, que havia despencado de uma encosta e aparentemente fraturado as duas pernas.

Aqui já vou confessar um dado inquietante para mim, principalmente nessa época, onde eu ainda tinha muito menos experiências vividas. Índios quase nunca se machucam severamente, fraturas são raras, escoriações que demandam de suturas, também não são comuns... eles simplesmente vivem em um ambiente extremamente mais selvagem e hostil, mas pouco adoecem, precisam cultivar, colher, caçar e pescar para comer... isso tudo no meio da mata atlântica – (adendo: para quem já fez trilhas leves e ou mesmo um pouco mais complexas, ou mesmo para aqueles que se aventuraram em expedições que podem durar semanas, ou meses, nessa “qualidade” de mata, sabe ou ao menos tem uma noção de quão complicado pode ser se locomover em alguns trechos dela.)

Então seria aceitável, que viver em locais assim, trariam muitas doenças e ferimentos graves, mas aprendi com eles, que há congruência entre seus “estilos” de vida e tudo que o cerca... para eles, hostis são os ambientes urbanos e modernos.


Voltando ao ritual.

Depois que o ferido era colocado nessa espécie de cama de palha, por dois outros anciãos, as mulheres faziam grandes círculos afastados dessas fogueiras e entoavam cânticos, que mais pareciam zumbidos, enquanto isso, um chá era preparado pelos mesmos anciãos que colocaram o rapaz na cama de palha.

Um a um, os homens iam entrando nesse círculo, até formar um menor, mais próximo às fogueiras...então eles faziam movimentos que podemos chamar de dança e aí só os homens emitiam sons, quando o círculo deles estava completo, as mulheres cessavam o som que parecia um zumbido e permaneciam em silêncio até o fim do ritual... haviam três outros homens, bem próximos às fogueiras, que tocavam tambores... as crianças permaneciam nos abrigos, também não participavam e cabia aos mais velhos ainda não iniciados, cuidar delas...

Por fim, os dois anciãos que faziam o chá, levavam-no até onde estava o garoto ferido e nesse momento os homens se sentavam em círculo e faziam silêncio... os sons dos cânticos, tambores e chocalhos, era interrompido e um silêncio ensurdecedor se fazia, até que gradativamente podia-se voltar a ouvir o característico som da floresta, com todos os seus répteis, anfíbios, mamíferos, aves e insetos.

Só então o velho ancião, curandeiro espiritual, pajé, saía de sua tenda e passava primeiro pelo círculo das mulheres, depois pelo círculo dos homens e finalmente chegava ao centro, rodeado pelas três fogueiras. Ele dizia algumas palavras e tomava o chá, aí passava a cuia para o outro ancião que já estava ali, que por conseguinte dizia outras palavras e tomava e passava a cuia para o outro...então a mesma era devolvida para o pajé, que tomava mais uma vez o líquido e oferecia o conteúdo para o ferido. Então a cuia era colocada sobre o ventre do ferido e essas três figuras faziam outro círculo.

Os homens se levantavam e voltavam a dançar ao redor das fogueiras, os dois outros anciãos que fizeram o chá, se retiravam dos círculos e apenas o Pajé permanecia no centro, ainda sobre o garoto.
Depois de alguns minutos o Pajé simplesmente despencava, ele caiu tão fortemente e tão repentinamente no chão, que me lembro de me assustar...foi uma queda para trás e com todo o peso do corpo no chão, o ruído de sua cabeça tocando o solo, foi muito alto, tão audível quanto o som dos tambores e chocalhos, além dos cânticos. Quando da queda, os homens que dançavam no sentido horário, passaram a manter os cânticos e danças, só que agora mudaram o sentido dos movimentos, para o anti horário.

Alguns longos minutos depois, o Pajé se levantou por conta própria, não estava cambaleante e nem zonzo aparentemente, porque foi até o garoto, que estava absolutamente imóvel, retirou a cuia que estava em seu ventre e manipulou as pernas do ferido por outros longos períodos...existem muitos outros detalhes, que preferi não entrar nos méritos aqui, mas o fato é que no final do ritual, o garoto estava visivelmente cansado, mas era capaz de caminhar com a ajuda de outros. Três dias depois estava caminhando sozinho e em pouco tempo retornava às suas atividades cotidianas.

Alguns meses se passaram até que eu conseguisse novamente voltar à aldeia e conseguisse principalmente uma nova audiência, ou entrevista com o Pajé. Eu ainda estava com toda aquela experiência bem vívida no entanto... em nossa conversa, ele me explicou muitas coisas, foi muito mais solícito que em outros encontros... entre elas, disse-me que a queda era intencional e que quando ele batia no chão com a cabeça, se desligava diretamente do corpo, que era nesse momento que ele o deixava. Uma espécie de gatilho, que junto com todo o clima dos cânticos, luz das fogueiras, danças, do chá e de suas técnicas, permitia sua projeção além da matéria, ou da carne, como ele dizia.

Ele disse que fazia isso para a cura e muitos outros propósitos, mas que nesse caso, estava deixando o corpo para buscar guias espirituais que lhe dessem o poder para a cura, que ele saia do corpo e subia até o alto de três montanhas específicas, as quais ele me apontou com o dedo, no momento da explicação... lá viviam essas entidades que cediam à ele, parte de seus poderes, sua luz, então ele retornava ao corpo e aplicava a cura.

Conclusões.

Depois de pesquisar e buscar por mais informações, tanto no âmbito pseudo científico, como em instituições e organizações, além de centros de estudos e minhas próprias experiências e observações in loco. Só posso concluir que o fenômeno não apenas é mesmo real, como sua prática vem sendo largamente relatada e apresentada desde a antiguidade. E isso, desde civilizações mais desenvolvidas estruturalmente até algumas tribos, como foi o exemplo que eu deixei.

É claro que não podemos descartar de forma alguma, aspectos filosóficos religiosos, por onde também permeiam algumas práticas da projeção, mas o que me deixou intrigado, foi a grande quantidade de institutos e centros de estudos e práticas acerca da projeção, que independem de crenças diretas em filosofias religiosas, ou mesmo doutrinas indiretamente religiosas.

Temos que ter em mente, que muitos conhecimentos e práticas, se perderam no tempo e nas extinções de muitas civilizações ancestrais. Tenho para mim, que até mesmo muitos desses conceitos e conhecimentos, permaneceram à sombra da grande maioria das sociedades modernas. 

Muitos são os simpatizantes e divulgadores dessa prática, que há muitas décadas tem conseguido aproximar o conceito de projeção, com as metodologias possíveis científicas. Isso não significa de maneira alguma, dizer que a prática em si, seja um fato científico, como também não implica em dizer que o fenômeno não exista.

Para que possamos considerar como fato científico, são necessários muitos dados quantizáveis e “qualitáveis”, que possam ser interpretados e então capazes de gerar explicações diretas, com características diversas e propriedades acerca de um tema específico. Mas como obter esses dados e portanto as compreensões necessárias, se as metodologias científicas atuais e experimentos possíveis acerca do que não é físico, ainda estão longe de atuar de forma à contento?!

Esse é um grande dilema e também um grande paradoxo, que em minha opinião, cabe à uma maior integralidade entre conceitos científicos e filosóficos, pra se chegar em algum lugar...é claro que como dito, com os conhecimentos oficiais que temos agora e com a tecnologia que criamos e está disponível, é muito difícil trazer algo tangível o suficiente, enquanto resultados conclusivos baseados em metodologia científica clássica, mas há de se descobrir novas maneiras para as experimentações e então obtenção de dados.

Não vejo motivos para ignorar fenômenos, que vão muito além da observação e infindáveis aspectos encontrados em distintas civilizações ancestrais e mesmo nas modernas. Só descobre, quem procura... muitos conhecimentos não são ministrados em faculdades, universidades e podem ser oriundos de fatos científicos, muitas coisas simplesmente existem e não sabemos e ou não podemos explicar, penso que temos que ter a humildade de ter isso sempre em mente, não é porque não podemos explicar que não exista.



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