4 de janeiro de 2019

Sonda chinesa pousa no lado oculto da Lua pela primeira vez: vejam as primeiras fotos

Nesta foto fornecida em 3 de janeiro de 2019, pela Administração Nacional do Espaço da China, via Agência de Notícias Xinhua, a primeira imagem do lado oposto da lua tomada pela sonda chinesa Chang'e-4. Uma espaçonave chinesa na quinta-feira, 3 de janeiro, fez o primeiro pouso do outro lado da lua, informou a mídia estatal. O explorador lunar Chang'e 4 aterrissou às 10:26 da manhã, informou a China Central Television em um breve anúncio no topo de sua transmissão ao meio-dia. (Agência Nacional de Espaço da China / Agência de Notícias Xinhua via AP)

Pela primeira vez na história, pousamos no lado “escuro” da Lua. Quem chegou lá foi a missão chinesa Chang’e 4. A sonda aterrissou na Cratera Von Kármán, de 186 quilômetros de largura, na noite de 2 de janeiro. A Chang’e 4 realizará uma variedade de trabalhos científicos nos próximos meses, ajudando os cientistas a entender melhor a estrutura, a formação e a evolução do satélite natural da Terra, mas esta é também uma conquista simbólica: além de ser um avanço pioneiro para o projeto espacial chinês, a façanha torna também a lista de locais inexplorados em nosso sistema solar um pouco menor.

“Parabéns à equipe chinesa Chang’e 4 pelo que parece ser um pouso bem-sucedido no outro lado da Lua. Esta é a primeira vez para a humanidade e uma conquista impressionante!”, disse via Twitter Jim Bridenstine, da NASA, na noite de quarta-feira, depois que a notícia começou a circular nas redes sociais.

Uma foto tirada e enviada de volta à Terra logo após o pouso da Chang’e 4 mostra uma pequena cratera e uma superfície estéril que parece estar iluminada por uma luz do explorador lunar. O nome da missão vem de uma deusa chinesa que, segundo a lenda, viveu na Lua por milênios.

Lado desconhecido

Apesar de ser chamado de “lado escuro”, o lado oposto do nosso satélite recebe a mesma luz do sol do que o lado mais próximo. Nós nunca o vemos porque a Lua leva a mesma quantidade de tempo para girar uma vez sobre seu eixo e para orbitar a Terra: 27,3 dias. Por causa desse “bloqueio de maré”, nós só vemos uma face do nosso satélite, e o chamamos de lado mais próximo. Esse lado familiar acolheu muitos visitantes ao longo dos anos, tanto robóticos quanto humanos. Todas as seis missões tripuladas da NASA na superfície lunar pousaram no lado mais próximo. O lado mais distante é um alvo muito mais difícil para a exploração de superfície, porque o volume rochoso da Lua bloquearia a comunicação direta com qualquer veículo.

Para lidar com essa questão, a China lançou um satélite de retransmissão chamado Queqiao em maio de 2018. Queqiao se estabeleceu em um local chamado Ponto de Lagrange 2, um ponto gravitacionalmente estável além da Lua, a partir do qual ele pode manter contato entre o Chang’e 4 e a Terra. O Chang’e 4 foi lançado em 7 de dezembro e entrou na órbita lunar 4 dias e meio depois. A missão possui oito instrumentos científicos: quatro em um veículo estacionário e quatro em um móvel. Abaixo, uma imagem do veículo móvel da Chang’e 4:


Nesta foto fornecida em 3 de janeiro de 2019, pela Administração Nacional do Espaço da China, via Agência de Notícias Xinhua, uma imagem tirada pela sonda chinesa Chang'e-4 após o seu desembarque. Uma espaçonave chinesa na quinta-feira, 3 de janeiro, fez o primeiro pouso do outro lado da lua, informou a mídia estatal. O explorador lunar Chang'e 4 aterrissou às 10h26, informou a China Central Television em um breve anúncio no topo de seu noticiário ao meio-dia. (Agência Nacional do Espaço da China / Agência de Notícias Xinhua via AP)

A China também lançou uma cápsula de retorno em uma viagem de oito dias ao redor da Lua em outubro de 2014, uma missão conhecida como Chang’e 5T1. Esse foi um teste para o Chang’e 5, missão que pode ser lançada já neste ano.

O país também tem ambições para missões lunares tripuladas, mas seu programa de voo espacial humano está focado mais na órbita da Terra no curto prazo. A ideia é instalar uma estação espacial lá no começo dos anos 2020


Expandindo referencias:



Cnet

Nesta imagem fornecida em 3 de janeiro de 2019, pela Agência de Notícias Xinhua da China, um processo de pouso simulado da sonda lunar Chang'e-4 é visto através do monitor no Beijing Aerospace Control Center em Pequim. Uma espaçonave chinesa na quinta-feira, 3 de janeiro de 2019, fez o primeiro pouso do outro lado da lua, informou a mídia estatal. (Jin Liwang / Xinhua News via AP)

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