Um estudo conduzido pelo neurocientista Richard Davidson, da Universidade de Wisconsin (EUA), descobriu que pessoas que meditaram por milhares de horas exibem uma diferença notável em suas ondas cerebrais em comparação com a média das pessoas.
O psicólogo Daniel Goleman, que coescreveu “Altered Traits” com Davidson, explica melhor o que isso significa:
Sem precedentes
O neurocientista trouxe meditadores de alto nível, que vivem tipicamente no Nepal ou na Índia, alguns na França, para o seu laboratório em Wisconsin.
Usando scanners cerebrais, realizou testes avançados com os indivíduos, alcançando resultados surpreendentes e sem precedentes na ciência. Por exemplo, Davidson descobriu que as ondas cerebrais dos meditadores são realmente diferentes da média.
Talvez o achado mais notável tenha a ver com o que é chamado de “onda gama”. Todos nós obtemos ondas gama por um período muito curto. Digamos, logo quando resolvemos um problema, os cientistas podem detectar cerca de meio segundo de gama, a onda mais forte no espectro da eletroencefalografia.
Já os meditadores de alto nível, que são pessoas que meditaram até 62.000 horas em suas vidas, exibem uma onda gama muito forte o tempo todo, como uma característica duradoura, não importa o que estejam fazendo.
Onda gama
Seres humanos típicos conseguem uma onda gama quando imaginam que mordem uma maçã. Por um breve período – uma fração de segundo -, diversos estímulos, como sons, cheiros e visões se juntam naquela mordida imaginada, o que dura um momento muito curto em um eletroencefalograma comum.
Já meditadores de alto nível não obtém ondas gama como um efeito de uma ação. Elas não ocorrem apenas durante a meditação, mas são o seu “normal”, ou seja, o seu estado mental cotidiano. Isso nunca tinha sido visto antes, então os cientistas não têm ideia do que significa, na prática.
Além disso, quando Davidson pediu a esses indivíduos que fizessem uma meditação sobre compaixão, seu nível de onda gama saltou 700 a 800% em poucos segundos. Esse resultado também foi inédito para a ciência.
Iluminação
De acordo com Goleman, temos que assumir que o estado especial de consciência observado nos meditadores de alto nível é muito parecido com algo descrito nas literaturas de meditação clássica séculos atrás.
Em outras palavras, deve existir um “estado de ser” que não é como o nosso estado comum.
Isso é chamado às vezes de liberação, iluminação, despertar, nirvana ou qualquer que seja a palavra.
Na realidade, como isso se parece? Segundo os próprios meditadores, é muito “espaçoso”. Você se sente bem aberto, preparado para o que vier, não importa o quê. Seja como for, é bastante notável.
Expandindo referencia:
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