22 de outubro de 2018

Cientistas confirmam que o centro da Terra é sólido

Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Nacional da Austrália  confirma que o centro da terra é sólido. Isso pode nos ajudar a entender como a Terra foi formada.

No trabalho, eles encontraram uma forma de detectar as ondas sísmicas do tipo S, no centro do planeta. Este tipo de onda consegue viajar através de materiais sólidos, como o modelo abaixo mostra:

“Descobrimos que o núcleo da Terra realmente é sólido, mas também descobrimos que é mais macio do que pensava-se anteriormente”, explicou o autor principal do trabalho, Hrvoje Tkalčić. “O núcleo interno compartilha algumas propriedades com ouro e platina, e é como uma capsula do tempo. Se compreendermos o núcleo, entendemos como o planeta foi formado e como ele evolui”.


As ondas-S são tão pequenas que não podem ser observadas diretamente. Esta dificuldade é tão grande que ela tem sido chamada de “Santo Graal” da sismologia global desde 1930, quando cientistas previram pela primeira vez que o núcleo interno seria sólido.

Então estes pesquisadores tiveram que desenvolver uma solução criativa, e usaram o método de correlação do campo de onda para analisar as similaridades entre os sinais de dois receptores depois de grandes terremotos. Uma técnica parecida tem sido usada pela mesma equipe para medir a profundidade da camada de gelo da antártica.

“Estamos descartando as primeiras três horas do sismograma e estamos olhando para o período entre a terceira e a décima hora depois que grandes terremotos acontecem. Queremos nos livrar dos sinais grandes”, diz ele.

“Usando uma rede de estações, pegamos cada par de receptores e cada grande terremoto e medimos a similaridade entre os sismogramas. Isso se chama correlação cruzada, ou a medida de similaridade. A partir dessas similaridades, construímos um correlograma global, um tipo de impressão digital da Terra”.

Próximos passos

Os resultados deste estudo podem ser usados para demonstrar a existência das ondas-S e inferir a velocidade delas no núcleo interno.

“Por exemplo, nós ainda não sabemos a temperatura exata do núcleo interno, qual é a idade do núcleo, ou quão rápido ele se solidifica, mas com esses avanços na sismologia global, estamos chegando lá lentamente”, explica o pesquisador.

O núcleo interno atua diretamente no campo geomagnético da Terra, e sem ele não haveria vida na superfície do planeta.

O trabalho foi publicado na revista Science.


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