Pesquisadores criaram um novo tipo de mapa-múndi para mostrar o tamanho real dos continentes, sem distorcer muito suas formas. Estamos falando da representação abaixo
Espera! Como assim?
O mapa do mundo com o qual você provavelmente está familiarizado é chamado de “Projeção de Mercator” (abaixo). Desenvolvida em 1569, ela distorce muito as áreas relativas das massas de terra.
Cartógrafos ao longo dos séculos já criaram diversas formas de projetar a Terra em uma superfície plana – uma tarefa que apresenta uma série de desafios. O maior deles é que é impossível retratar a realidade do mundo esférico em um mapa chato. Houveram diversas tentativas de “consertar” isso, o que geralmente torna a visualização do mundo ruim.
O novo mapa, batizado de “Equal Earth”, visa resolver muitas dessas questões, mantendo os tamanhos relativos das diferentes áreas de terra sem sacrificar uma apresentação “visualmente agradável e equilibrada”.
O que há de errado com a Projeção de Mercator?
A Projeção de Mercator foi a primeira representação cartográfica que abrangeu todo o globo terrestre, elaborada pelo geógrafo, cartógrafo e matemático Gerhard Mercator. O mapa foi criado em 1596 para ajudar marinheiros a navegar pelo mundo.
Só que é muito distorcido. O Brasil é cinco vezes maior que o Alasca, mas o Alasca é maior que o Brasil no mapa. Também, enquanto a África é cerca de 14 vezes maior que a Groenlândia, na projeção ambas têm quase o mesmo tamanho.
A versão de Mercator ainda sugere que os países escandinavos são maiores do que a Índia, enquanto a Índia na verdade é três vezes maior que todos eles juntos.
Por fim, embora pareça que a Europa é maior do que a América do Norte neste mapa, o inverso é verdadeiro. A Rússia também não é tão grande quanto é mostrada.
Equal Earth
Os criadores do mapa, Bojan Šavriča, Tom Patterson e Bernhard Jenny, afirmam que o Equal Earth é baseado na “Projeção de Robsinson”, mas captura os tamanhos dos continentes com mais precisão.
No ano passado, as escolas públicas de Boston (EUA) anunciaram que passariam a utilizar a Projeção de Gall-Peters em suas classes. Tanto essa projeção quanto a sinusoidal e de Mollweide são mais precisas que a de Mercator, mas, em comparação com o mapa com o qual passamos a nos familiarizar, nem sempre é fácil visualizá-las.
Dai nasceu a ideia dos pesquisadores de criar uma nova projeção que teria mais “apelo visual” em comparação com os mapas de área igual existentes.
O trio estabeleceu vários critérios, incluindo um aspecto equatorial e orientação norte em cima e sul embaixo. Também usaram linhas polares e meridianos pseudocilíndricos, de modo a evitar protuberâncias extremas.
Resultado
O Equal Earth resultante tem um visual limpo e familiar, mas com boas diferenças em relação à projeção padrão de Mercator.
A África, por exemplo, parece muito maior do que você pode estar acostumado a ver. Os continentes nas áreas tropicais e de latitude média também são mais alongados, e as áreas ao longo dos polos parecem achatadas – repare como a região em que fica o Brasil aumentou de tamanho neste mapa.
Segundo os pesquisadores, a projeção poderia ser uma alternativa prática para uma ilustração mais precisa dos tamanhos dos continentes.
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