5 de dezembro de 2018

Explosão de meteoro destruiu parte do Oriente Médio há mais de 3 mil anos


A temperatura também foi tão alta que pedaços de zircão dentro da cerâmica se transformaram em gás - algo que requer uma temperatura muito acima de 4.000 graus Fahrenheit (4.000 graus Celsius).  Para comparação, a temperatura na superfície do Sol é de cerca de 10.000 Fahrenheit (5.600 Celsius). A cerâmica em si teria sido vitrificada (transformada em vidro).



A análise de evidências de 3.700 anos mostra que um meteoro ou um cometa explodiu sobre o Oriente Médio nesse período. A destruição na região, uma faixa de terra chamada Middle Ghor, ao norte do Mar Morto, foi avassaladora. “A explosão devastou em um instante cerca de 500 km2 ao norte do Mar Morto, não apenas eliminando 100% das cidades e vilas, mas também retirando os solos agrícolas dos campos outrora férteis e cobrindo o leste de Middle Ghor com uma salmoura superaquecida de sais de anidrido do Mar Morto empurrados para a paisagem pelas ondas de choque do evento”, escreveram os pesquisadores em um artigo que foi apresentado na reunião anual das Escolas Americanas de Pesquisa Oriental.


Entre as evidências que os cientistas utilizaram para chegar até a explosão estão peças de cerâmica de 3.700 anos que têm algumas características bastante incomuns. A superfície da cerâmica, por exemplo, foi transformada em vidro. A temperatura do evento também teria sido tão alta que pedaços de zirconita dentro da cerâmica se transformaram em gás, algo que requer uma temperatura de mais de 4.000 graus Celsius, diz ao portal Live Science Phillip Silvia, arqueólogo de campo e supervisor de escavação do projeto Tall el-Hammam, que fez a descoberta. No entanto, apesar de intenso, o calor não durou o suficiente para queimar peças de cerâmica inteiras, deixando partes relativamente ilesas sob a superfície.

Datações por radiocarbono no local indicam também que paredes de tijolos de barro desapareceram de repente há cerca de 3.700 anos, deixando apenas fundações de pedra.

“Com base nas evidências arqueológicas, demorou pelo menos 600 anos para que a região se recuperasse suficientemente da destruição e contaminação do solo antes que a civilização pudesse se estabelecer novamente no leste da região de Middle Ghor”, escreveram os pesquisadores no artigo apresentado. Entre os lugares destruídos estava Tall el-Hammam, uma cidade antiga que cobria 36 hectares de terra.

Explosão cósmica

Segundo os pesquisadores, o único evento que ocorre naturalmente capaz de causar um padrão tão incomum de destruição é uma explosão cósmica, algo que ocorreu ocasionalmente ao longo da história da Terra, como a explosão em 1908 em Tunguska, na Sibéria.

Além disso, Silvia aponta que escavações e levantamentos arqueológicos em outras cidades dentro da área afetada sugerem uma súbita perda de vida há cerca de 3.700 anos, outra possível evidência de um evento catastrófico. Até agora, nenhuma cratera foi encontrada nas proximidades, e não está claro se o culpado foi um meteoro ou cometa que explodiu acima do solo.

O fato de que apenas 500 quilômetros quadrados de terra terem sido destruídos indica que a explosão ocorreu em uma baixa altitude, possivelmente não mais de 1 km acima do solo. Em comparação, a explosão aérea de Tunguska danificou 2.150 quilômetros quadrados de terra.

Ao contrário do evento Tunguska de 1908, porém, essa explosão ocorreu em uma área altamente povoada para a época, e pode ter matado entre 40.000 e 65.000 pessoas que habitavam o Middle Ghor, uma planície circular de 25 quilômetros de largura na Jordânia.

Os pesquisadores teorizam que o desastre pode ter sido descrito na Bíblia como a destruição da cidade de Sodoma – Tall el-Hammam é uma candidata a ser a famosa “Cidade do Pecado”, destruída pela ira celestial de acordo com o livro de Gênesis.

Os resultados da equipe são preliminares e a pesquisa ainda está em andamento


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