9 de junho de 2019

NASA vai inaugurar estação espacial internacional para turistas a partir de 2020

NASA vai inaugurar estação espacial internacional para turistas a partir de 2020

A Nasa informou nesta sexta-feira que abrirá a Estação Espacial Internacional para empreendimentos comerciais, incluindo o turismo espacial, à medida que busca se desvincular financeiramente do laboratório de pesquisa em órbita.

Etiqueta de preço? Dezenas de milhões de dólares por um bilhete de ida e volta e 35 mil dólares por noite.

"A Nasa está abrindo a Estação Espacial Internacional para oportunidades comerciais e comercializando essas oportunidades como nunca fizemos antes", disse Jeff DeWit, diretor financeiro da Nasa, em um anúncio feito na bolsa de valores Nasdaq, em Nova York.

Haverá até duas pequenas missões privadas de astronauta por ano, disse Robyn Gatens, vice-diretor da ISS.

As missões serão para estadias de até 30 dias. Uma dúzia de astronautas particulares pode visitar a ISS por ano, segundo a NASA.

Esses viajantes seriam transportados para o veículo exclusivamente pelas duas empresas americanas que atualmente desenvolvem veículos de transporte para a NASA: a SpaceX, com sua cápsula Crew Dragon, e a Boeing, que está construindo uma chamada Starliner.

Essas empresas escolheriam os clientes - que não teriam que ser cidadãos americanos - e cobrarão a viagem para a ISS, que será a parte mais cara da aventura: cerca de US $ 58 milhões por uma passagem de ida e volta.

Essa é a taxa média que as empresas vão cobrar da NASA por levar os aventureiros do espaço até a ISS.

Nem Dragon nem Starliner estão prontos. Suas cápsulas de transporte devem estar prontas no final de 2019, mas o cronograma depende dos resultados de uma série de testes. Portanto, as missões privadas terão que esperar até 2020, no mínimo.

Os turistas pagarão a NASA pelo uso da estação, por comida, água e uso do sistema de suporte à vida.

Isso custará cerca de US $ 35 mil por noite por astronauta, disse DeWit.

Isso não inclui internet, que custará US $ 50 por gigabyte.

'Inquilino, não senhorio'

A estação espacial não pertence à NASA. Foi construído junto com a Rússia a partir de 1998, e outros países participam da missão e mandam os astronautas.
Um foguete SpaceX Falcon 9 com a cápsula Crew Dragon anexada

Mas os Estados Unidos pagaram e controlam a maioria dos módulos que o compõem.

Os novos turistas espaciais da ISS não serão os primeiros: o empresário americano Dennis Tito teve essa homenagem em 2001. Ele pagou à Rússia cerca de US $ 20 milhões pela viagem.

Outros seguiram seus passos, sendo o último deles o fundador do Cirque du Soleil, Guy Laliberte, em 2009.

Desde 2011, os foguetes russos Soyuz são a única maneira de chegar à estação espacial. E eles transportaram apenas astronautas da agência espacial, além de cosmonautas russos.

Normalmente, há três a seis membros da tripulação na ISS a qualquer momento. Neste momento, é o lar de três americanos, dois russos e um canadense.

A Rússia planeja retomar os vôos turísticos no final de 2021.

A mudança de política anunciada na sexta-feira inclui a abertura de partes da ISS a empresas do setor privado para atividades comerciais e de marketing.

Isso incluiria startups desenvolvendo técnicas para materiais de construção em condições de ausência de peso.

Os cabos de fibra ótica, por exemplo, são de extraordinária qualidade quando fabricados em microgravidade.

A idéia é desenvolver a economia espacial na esperança de ver o setor privado assumir a ISS, que os EUA esperam parar de financiar no final dos anos 2020.

"Queremos estar lá como inquilino, não como o senhorio", disse em abril o administrador da Nasa, Jim Bridenstine.

A agência quer liberar fundos para um retorno à missão lunar chamada Artemis em 2024 e para enviar os primeiros humanos a Marte, talvez na década de 2030.

Mas ainda não está claro se a atividade comercial na órbita da Terra é lucrativa, porque ainda é muito caro chegar lá em primeiro lugar.

No final, a NASA parece ter mudado sua postura a fim de satisfazer suas enormes necessidades orçamentárias.

Quando a Rússia anunciou que levaria Tito para a estação espacial, a NASA inicialmente se opôs a essa missão. E acabou enviando aos russos uma conta para sua estada na ISS.


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