1 de março de 2019

Acampamentos marcianos impressos em 3D podem ser perfeitos para os primeiros astronautas da SpaceX

(Créditos da imagem: Reprodução).

Além de desenvolver um material de impressão 3D personalizado utilizando recursos marcianos in-situ, o design da habitação projetado pela SpaceFactory combina um nível único de pragmatismo, funcionalidade e elegância estética.

A AI SpaceFactory, uma startup de arquitetura espacial, alcançou o segundo lugar na última fase de uma competição “Centennial Challenges: 3D-Printed Habitat Challenge”, liderada pela  NASA, colocando vários grupos uns contra os outros em busca do design de uma habitação de Marte impressa em 3D e demonstrando fisicamente algumas das tecnologias necessárias para construí-las.

Além de desenvolver um material de impressão 3D personalizado utilizando recursos marcianos in-situ e de demonstrar a tecnologia imprimindo com sucesso um tanque de água de 4.500 litros, o design da habitação projetado pela SpaceFactory, conhecido como MARSHA (abreviatura de MARS HAbitat), combina um nível único de pragmatismo, funcionalidade e elegância estética.

Com foco na facilidade de impressão 3D escalável e na qualidade de vida dos pioneiros habitantes no Planeta Vermelho, bem como o uso de bens modulares importados como janelas e câmaras pressurizadas, a MARSHA presta-se impecavelmente bem ao objetivo da SpaceX de desenvolver uma presença humana sustentável em Marte tão rapidamente e de formas segura e acessível quanto possível, com o apoio do seu veículo de lançamento Starship/Super Heavy.


Depois de analisar diferentes opções estruturais, a equipe da SpaceFactory estabeleceu um cilindro semelhante a um casulo, aproveitando os muitos benefícios do ambiente marciano enquanto controlava suas diversas desvantagens. Mais notavelmente, a gravidade marciana é de aproximadamente a 38% da terrestre, enquanto a atmosfera do pequeno planeta é tipicamente de 80 a 150 vezes menos densa ao nível da superfície. Como consequência, as forças exercidas pelos ventos marcianos são minúsculas e podem ser efetivamente ignoradas, enquanto a baixa gravidade minimiza dramaticamente os desafios arquitetônicos que surgem das estruturas terrestres tendo que lutar contra seu próprio peso.
(Créditos da imagem: Reprodução).

Igualmente importante, todos os habitats marcianos precisarão ser pressurizados a um nível confortável para os colonos de longo prazo, exigindo que eles sejam capazes de sobreviver à pressurização interna significativa. O ambiente oferece à radiação de Marte também significativamente menos resistência que na Terra, de modo que os perigos da radiação de Marte sejam drasticamente exagerados. O material de escolha no projeto da SpaceFactory  para imprimir em 3D seu habitáculo MARSHA, um plástico biorenovável (PLA) reforçado com fibra de basalto de origem local, também é responsável por muitas das correções à inóspitas condições de Marte, já que os plásticos são alguns dos melhores materiais para proteção contra radiação por unidade de massa. Apresentando uma dupla de conchas de PLA que colocam um metro ou mais de plástico entre áreas de convivência, o MARSHA permitiria níveis de radiação relativamente aceitáveis, evitando as desvantagens de localizar habitats no subsolo ou enterrá-los sob vários metros sob o regolito marciano.
(Créditos da imagem: Reprodução).

Graças ao seu design cilíndrico e à atenção da SpaceFactory para a qualidade de vida dos astronautas que residirem nele, o MARSHA também é excepcionalmente bonito e mais do que um pouco atraente, mesmo sob a perspectiva da arquitetura das habitações terrestres. O design cuidadoso e a estética polida de MARSHA provavelmente combinariam bem com as próprias preferências estabelecidas pelo CEO da SpaceX, Elon Musk, conhecidas (às vezes de maneira infame) por uma predileção em construir coisas que valorizam as formas pelo menos tanto quanto a função. Devido à natureza relativamente compacta do hardware necessário (em teoria) para começar a construir o MARSHA e o aparente potencial de construção autônoma, o design da SpaceFactory também se alinha com uma série de aspectos críticos da arquitetura de colonização de Marte delineada pela SpaceX.

A próxima e última fase da competição “Centennial Challenges: 3D-Printed Habitat Challenge” sobre habitações marcianas impressas em 3D da NASA será a Fase 3, a qual é esperado um grand finale: a expectativa que até oito finalistas competirão para imprimir em 3D um modelo em escala 1/3 (lê-se: um para três) de seu projeto de habitação para Marte em maio deste ano.

É provável que a SpaceFactory esteja entre os finalistas, ajudando potencialmente a oferecer uma visão antecipada com o que as futuras residências em Marte rapidamente impressos podem se parecer na vida real. O CEO da SpaceX, Elon Musk, também indicou que fornecerá uma atualização mais substancial sobre o status do projeto do BFR (Starship / Super Heavy) para Marte da companhia logo após o primeiro protótipo do Starship da empresa, oficialmente conhecido como Starhopper,  iniciar os voos de testes. E isso para não menos que de um a dois meses daqui.


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